O ToonTalk é um tipo de software bastante diferente do habitual - é ao mesmo tempo uma linguagem de programação da última geração e um jogo de computador. As crianças criam programas agindo num mundo animado.
Programar computadores pode ser uma actividade criativa, proporcionando satisfação e poder. Os programas podem ter muitas e diferentes finalidades: jogos, música, matemática, simulação, ciência, linguagem, robótica, educação. O processo de construção de programas apela para um conjunto de capacidades de resolução de problemas envolvendo análise e concepção. E aprender a programar computadores é, de qualquer modo, uma matéria que vale por si mesma.
No entanto, programar pode ser difícil - difícil de aprender e difícil de fazer. Os programadores, normalmente têm de aprender uma linguagem formal baseada em texto, cheia de difíceis conceitos abstractos - variáveis, procedimentos, estruturas de controlo, estruturas de dados, modularidade e recursão. Algumas crianças aprendem a programar em linguagens, como Logo ou Basic, sobretudo se tiverem a sorte de terem professores dedicados e experientes. A maioria, porém, acaba por achar que programar é frustrante e aborrecido.
O ToonTalk é diferente. É fácil e divertido. Segue a metáfora dos jogos de computador com gráficos atraentes e animação; consiste num mundo para explorar, interagindo com personagens animadas que também fornecem dicas e ajuda. Para aprender ToonTalk existem várias estratégias: jogar os puzzles, ver os exemplos, brincar explorando com ou sem a ajuda do ET.
Mas o ToonTalk não é apenas um jogo para aprender a programar. De facto, construir, executar e depurar programas é como jogar um jogo de aventuras e acção. Na realidade, não é apenas divertido jogar com o resultado; o próprio acto de construir é divertido.
É próprio da natureza do computador actuar como uma máquina ou como uma linguagem que deve ser moldada e explorada. É um media que pode simular dinamicamente qualquer outro media, incluindo aqueles que só podem ter uma existência virtual. Não é uma ferramenta, embora possa actuar como muitas ferramentas. É o primeiro metamedia e, como tal, oferece graus de liberdade de representação e expressão nunca antes explorados. Constituem, por isso, um campo imenso de investigação. Mas, acima de tudo, é divertido e intrinsecamente motivante.
... Os computadores estão para a programação como os instrumentos para a música. O software é a pauta, cuja interpretação amplifica o nosso entendimento e sublima o nosso espírito. Leonardo da Vinci chamava à música "a forma do invisível". Esta expressão aplica-se com igual propriedade ao software.
- Alan Kay, "Computer Software", Scientific American, Setembro 1984
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